sexta-feira, maio 15, 2020

Técnicas de Estresse Pós Traumático em Período de "Quarentena"

Três Cs

Com base em mais de 30 estudos analisados, os pesquisadores elegeram as atividades de enfrentamento — também chamadas de ativação comportamental — que podem ajudar a combater o atual momento. Os cientistas dividiram as medidas entre três Cs: controle, conexão e coerência. “Você pode ter uma sensação de controle planejando suas atividades diárias, como checar como estão seus amigos e entes queridos, mesmo virtualmente, ajustando o quanto de notícias consome, mantendo um diário ou se preparando para o seu futuro pós-pandemia”, explicou Polizzi.

Em relação à conexão, é ela que preenche a necessidade de contato e apoio humano, algo essencial para manter a saúde mental, opinam os cientistas.  “A conexão pode ser alcançada, mesmo em momentos de distanciamento social, por meio de telefonemas, videoconferência e mídias sociais, ou mesmo a prática da meditação, que direciona emoções positivas para si mesmo e para outros”, detalhou o autor do estudo.

A coerência, segundo os autores explicam no artigo, “é fundada no desejo profundamente humano de fazer sentido e significado ao mundo”. Polizzi assinalou que um ponto de partida para conquistar a coerência é o enfrentamento baseado na aceitação. “Observando nossos medos, ansiedades e respostas emocionais sem julgamento, uma prática comumente conhecida como atenção plena”, frisou o especialista.

A meditação, segundo ele, também é uma forma de exercitar a aceitação, que  igualmente pode acontecer nas atividades cotidianas, desde que feitas com total concentração. “Você pode praticar a atenção plena não apenas por meio da meditação e focando na respiração, mas dando a uma atividade, como comer ou caminhar, sua atenção total e sem pressa”, frisou o pesquisador. “Todas essas atividades podem aumentar a capacidade do indivíduos de se recuperar de eventos negativos e liberar recursos mentais para lidar com fatores ‘estressores’ que podem surgir”, completou.

terça-feira, março 20, 2018

Nota sobre suicídios recentes de estudantes de medicina em Belo Horizonte




Nota sobre suicídios recentes de estudantes


de medicina em Belo Horizonte


O suicídio é um assunto de saúde pública, altamente negligenciado e muito estigmatizado. Falar sobre suicídio é fundamental para quebrar o tabu e para a sua prevenção, mas temos que fazer isso de forma adequada, evitando sensacionalismos e simplificações. A Associação Brasileira de Psiquiatria e a Organização Mundial de Saúde têm cartilhas que auxiliam os profissionais das mídias. O suicídio não é um ato de fraqueza, muito menos um ato de coragem!


O suicídio pode ser prevenido e vários países têm conseguido fazê-lo com políticas sérias, baseadas em evidências. O Brasil, infelizmente, não tem e nunca teve nenhuma política pública para essa prevenção. O resultado é que em nosso país as taxas de suicídio aumentaram nos últimos vinte anos. Isso não deveria ser visto como natural. A ocorrência do suicídio em um jovem já seria motivo para a preocupação e deveria ser razão mais do que suficiente para mobilização em torno da prevenção. Prevenir o suicídio é possível!


O suicídio é um fenômeno complexo e não há respostas simples e reducionistas para explicá-lo. Entretanto, alguns pontos parecem hoje pacíficos. Estudos mostram que o suicídio é, na quase totalidade dos casos, o desfecho trágico de uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada ou tratada. Dentre essas a depressão é a mais frequente. Sendo fenômeno complexo, logicamente muitos outros fatores, além da necessária doença mental, estão presentes. Para cada indivíduo a sua singularidade.


Jovens são hoje considerados grupo de risco para o suicídio. O estudante de medicina pode ser ainda mais vulnerável. Estudos mostram que eles têm taxas de depressão maiores do que o de jovens de mesma faixa etária. Esse fator aliado a pressão e competitividade do curso de medicina, entre outros, ajudam a explicar o fato de que os estudantes de medicina talvez possam ter taxas de suicídio maiores do que jovens de sua faixa etária. Da mesma forma, podemos afirmar também que o suicídio de um único estudante de medicina já deveria ser motivo pela mobilização em prol da prevenção. O suicídio de um estudante não é natural, e pode ser prevenido!


Um fenômeno particular, observado em jovens e adolescentes, é o do contágio, conhecido como efeito Werther. Jovens são particularmente sensíveis a notícias (quando dadas de forma equivocada), a filmes (vide o recente 13 razões), mas também a suicídios ocorridos próximos a ele. Estudos mostram que quando ocorre um suicídio em uma comunidade escolar há um aumento nas semanas seguintes das taxas de ideação suicida e do comportamento suicida nessa comunidade.


O suicídio deve ser prevenido, e essa prevenção é um trabalho de todos, de toda a sociedade, cada um dando sua contribuição, no papel que lhe cabe. O suicídio pode ser prevenido. Temos duzentos anos de acúmulo de pesquisa e conhecimento nesse campo e temos especialistas que podem contribuir, baseados em evidências e conhecimento, na construção de estratégias de prevenção tanto em termos de saúde pública quanto individualmente. Nosso papel é colaborar com toda a sociedade para que essa prevenção seja, de fato, uma realidade e que consigamos minorar essas tragédias anunciadas, com muita prudência e com ciência!


Humberto Corrêa


Presidente da Associação Mineira de Psiquiatria


Presidente da Associação Brasileira para o Estudo e Prevenção do Suicídio


Presidente da Associação Latinoamericana de Suicidologia

terça-feira, julho 25, 2017

Despersonalização:

A despersonalização - fenômeno relativamente comum afetando de modo clinicamente significativo entre 1% e 2 % da população - pode ser descrita como o estranhamento ou distanciamento de si próprio frequentemente associado à sensação de ser um observador externo dos próprios processos mentais, do corpo ou de partes do corpo. São usuais as vivências complementares de anestesia sensorial e de ausência de controle sobre as próprias ações, sendo mantido intacto o senso de realidade. A desrealização, por vezes simultânea à despersonalização, diz respeito à percepção de alterações subjetivas no ambiente, descrito como irreal, distante ou artificial.

OBS: Retirado do Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Volume 65 I Número 4 I 2016

Resultado de imagem para despersonalização

segunda-feira, maio 22, 2017

Síndrome da Boca Ardente




O que é síndrome da boca ardente?
 

A Síndrome da Boca Ardente (SBA) é caracterizada por dor na cavidade oral com ou sem sinais inflamatórios, mas sem lesões específicas 1.
  • 1 Cerchiari DP, Moricz RD, Sanjar FA et al. Síndrome da boca ardente: etiologia. Rev Bras Otorrinolaringol 2006;72(3):419-24.
A SBA é um distúrbio doloroso crônico caracterizado por queimação, picadas e/ou comichão na cavidade oral, na ausência de qualquer doença orgânica. Tem duração de pelo menos 4 a 6 meses e envolve, mais frequentemente, a língua, com ou sem extensão para os lábios e para a mucosa oral. A SBA pode ser acompanhada por disgeusia  (alteração do paladar) e xerostomia  (boca seca)  subjetiva.  Seu início é espontâneo e a síndrome tem clara predisposição em mulheres peri/pósmenopausa2.
  • 2 Gurvits GE & Tan A Burning mouth syndrome. World J Gastroenterol 2013 February 7; 19(5): 665-67
Supõe-se que sua etiologia seja multifatorial, envolvendo vários fatores locais, sistêmicos e/ou psicogênicos. Gênero feminino, perimenopausa, depressão e ansiedade, doença de Parkinson e doenças crônicas, incluindo doenças gastrointestinais e urogenitais, são fatores de risco para o seu desenvolvimento. A SBA é uma condição clínica importante com sintomas muito incômodos, e com impacto direto e indireto na qualidade de vida, que frequentemente sobrecarrega o paciente e o sistema de saúde. Consultas clínicas com um gastroenterologista são comuns no dia a dia desses pacientes2.

Quem pode ser afetado pela síndrome da boca ardente?
 

Na Finlândia, cerca 15% da população adulta queixa-se de sintomas de boca ardente embora metade destes tenham lesões visíveis na mucosa oral. Na Suécia 3,7% dos indivíduos foram diagnosticados com SBA após relatarem sintomas de queimação na boca e de serem submetidos a subsequente exame físico. Nos Estados Unidos esta incidência varia de 0.7% a 10%.

Mais recentemente, um grande estudo retrospectivo de cerca de 3000 pacientes brasileiros encaminhados para um serviço de patologia oral, relatou uma prevalência de cerca de 1%. Estes dados demonstram que a doença é uma importante condição clínica que pode ser frequentemente encontrada na prática médica diária. A SBA tem uma clara predisposição por gênero e idade.

As mulheres são 2,5 a 7 vezes mais afetadas que os homens. Além disso, mais de 90% das pacientes com SBA são mulheres no período perimenopausa, com início típico de 3 anos antes a 12 anos depois do início da menopausa. A SBA pode afetar qualquer grupo etário, com a idade dos pacientes variando de 27 a 87 anos, e uma média relatada de 67 anos.

Análise recente revelou uma probabilidade aumentada de doença gastrointestinal e urogenital em pacientes com SBA. Os pacientes com SBA apresentam história de ingestão de medicamentos para doenças gástricas estatisticamente maior do que a população em geral2.

Quais são os tipos da síndrome da boca ardente?
 

A SBA costuma ser dividida em três tipos:
  • Tipo 1 (35%), caracterizada por dor diária, com ausência de dor pela manhã, piora no decorrer do dia e sintomas variáveis à noite, sem associação com alterações psiquiátricas. Ocorre mais em deficiências nutricionais e diabete.
     
  • Tipo 2 (55%), dor constante, desde o acordar e ausência de sintomas à noite. Estas pessoas frequentemente têm alto grau de ansiedade.
     
  • Tipo 3 (10%), dor intermitente, intercalado por dias livres de dor e sintomas, que ocorre em locais não-usuais como assoalho da boca e parede posterior da orofaringe, existindo relação da dor com o tipo de alimento ingerido e alérgenos.

Qual a causa da síndrome da boca ardente?

 

A exata etiologia da SBA permanece imprecisa e é provavelmente multifatorial, incluindo causas neuropsiquiátricas, endócrinas, imunológicas, nutricionais, infecciosas e iatrogênicas. Depressão ou ansiedade ocorrem em mais de 50% dos pacientes.

Como descrito previamente, a SBA afeta mais comumente mulheres perimenopausa, um achado que é atribuído ao ressecamento das membranas mucosas, decorrente da redução dos níveis hormônios relacionados à idade, e a uma frequência aumentada de distúrbios psicológicos nas mulheres de meia idade e idosas.  Existem, também, evidências de etiologia imunológica.

Reações alérgicas a determinados alimentos têm sido demonstradas em pessoas com SBA. O lauril sulfato de sódio, um detergente de cremes dentais conhecidos por causar boca seca, pode estar, também, envolvido no desenvolvimento da SBA. Finalmente, doenças autoimunes do tecido conjuntivo, como síndrome de Sjogren e lupus eritematoso sistêmico, estão também associadas com SBA.

A SBA tem sido ainda relacionada a deficiências nutricionais, incluindo vitaminas do complexo B e ácido fólico.  Mais recentemente, deficiência de zinco tem demonstrado ser uma possível causa de SBA. Determinadas infecções orais também têm sido implicadas na SBA, particularmente candidíase. Algumas drogas usadas para hipertensão arterial (inibidores da ECA e os bloqueadores dos receptores da angiotensina) podem desencadear o desenvolvimento da SBA.

Nevirapina e efavirenz também têm sido implicados como causas de SBA por mecanismos desconhecidos. A levodopa pode ter um papel no desenvolvimento da SBA em pacientes com doença de Parkinson. Finalmente, há relato de caso de topiramato causando sintomas tipo queimação oral, com resolução dos sintomas após descontinuação do medicamento.

A etiologia da SBA, então, é de difícil diagnóstico, podendo haver mais de um fator etiológico. Os pacientes procuram auxílio de diversos especialistas, dentre eles o odontologista, otorrinolaringologista, dermatologista e fazem uso de vários tipos de medicamentos, sendo os mais usados: corticóides, analgésicos, antibióticos, estrogênio, retinóides e psicotrópicos.

A realização de avaliação com seu médico de confiança, é de fundamental importância, para evitar que o tratamento de pessoas com esta síndrome seja baseado em tentativa e erro.

Quais são os sintomas da síndrome da boca ardente?


Uma pessoa típica com SBA é mulher na peri ou pós-menopausa com várias comorbidades clínicas, que se queixa da tríade clássica: dor na boca por mais de 4-6 meses, alterações do paladar e alterações da salivação, sem lesões na boca.

A dor é do tipo queimação, de intensidade moderada a acentuada, podendo persistir por anos, acometendo principalmente as bordas laterais e ponta da língua. Pode haver também sensação dolorosa em gengivas, lábios e mucosa jugal.

Há piora da intensidade dolorosa no decorrer do dia, nos estados de tensão, fadiga, ao falar muito, à ingestão de alimentos picantes e quentes, e ocorre melhora com alimentos frios, trabalho e distração.

Pode ter havido procedimento dentário prévio, início de medicamentos ou outras doenças. Finalmente, hábitos como morder os lábios e as bochechas, bruxismo, ranger e cerrar os dentes, interposição lingual e lamber os lábios são observados na SBA.


Como é diagnosticada a síndrome da boca ardente?


A pessoa com queixas compatíveis com SBA deverá procurar seu médico de confiança. O diagnóstico é difícil e será baseado nas queixas clínicas, exame cuidadoso e realização de exames laboratoriais, para afastar alguma causa orgânica que possa ser responsável pelos sintomas.

Assim sendo, a pessoa com possível SBA deverá relatar ao seu médico o tipo da dor, a sua duração, intensidade (escala de 1 a 10), local, fatores de melhora e piora. Informar também sobre salivação abundante ou ocorrência de boca seca bem como alterações na gustação; uso de anti-sépticos orais, tipo de pasta dentária, hábitos como uso de goma de mascar, cigarro, bebida alcoólica; se há relação da dor com o uso de aparelho dentário, prótese ou comportamentos parafuncionais (bruxismo, compressão da língua contra os dentes); alterações recentes do humor, de hábitos dietéticos, história de procedimentos dentários, deficiências nutricionais e mudanças de medicamentos.

A seguir o médico realizará um exame detalhado da cavidade oral, incluindo inspeção dentária e solicitará exames laboratoriais, conforme a necessidade, para avaliação hematológica de deficiências nutricionais, níveis de glicose sérica, marcadores autoimunes, concentrações de estrógeno e progesterona, e testes cutâneos para alergias. Outros estudos podem ser necessários como culturas e citologias da cavidade oral na tentativa de diagnosticar origem bacteriana ou fúngica para os sintomas.


Como é tratada a síndrome da boca ardente?


Somente o médico está apto a indicar a melhor estratégia de tratamento.

O tratamento dependerá do tipo de SBA apresentado pela pessoa. A meta na SBA secundária deve ser dirigida para o tratamento do fator causal local (também deve haver avaliação do dentista para melhor conduta da conservação dentária, prótese e aparelho dentário) ou da doença sistêmica que a ocasiona (diabete por exemplo) e a suspensão de medicamentos suspeitos (como os inibidores da ECA). Este tratamento direcionado para a a origem da SBA leva, tipicamente, a uma boa resposta.

A cura da SBA primária, no entanto, permanece indefinida, a despeito das tentativas com vários tipos de medicamentos. A resposta variável ao tratamento clínico é, provavelmente, devida aos múltiplos mecanismos que originam a SBA idiopática. As estratégias estudadas incluem benzodiazepínicos, antidepressivos, capsaicina tópica, ácido alfalipóico, reposição hormonal, anticonvulsivantes, técnicas de biofeedback para modificar hábitos parafuncionais.

Pessoas que apresentam alterações psicológicas devem procurar um psiquiatra que pesquisará relação entre o aparecimento dos sintomas e fatos ocorridos na época, como situação de estresse intensa, perda de ente querido, medo de câncer, etc.


Pontos para lembrar


  • A SBA é um distúrbio doloroso crônico intraoral relativamente comum, classicamente caracterizado por queimação intratável, que pode estar associada com distúrbio do gosto e boca seca.
     
  • A SBA permanece uma condição clínica importante que, com frequência, causa transtorno significativo para a pessoa e para o sistema de saúde, e que requer reconhecimento e tratamento cuidadoso.
     
  • A causa da SBA é multifatorial, e a forma dependente de outra causa (diabete, distúrbios nutricionais, medicamentos, etc.) deve ser diligentemente pesquisada e tratada.
     
  • O tratamento é mais efetivo quando é afastada uma causa conhecida (SBA secundária), porém de mais difícil tratamento quando de origem psicosocial. Abordagem por vários especialistas, incluindo tratamento clínico e psicosocial, pode ser efetiva no alívio dos sintomas desses pacientes.

quinta-feira, outubro 29, 2015

Síndrome Pré-Menstrual (SPM) / Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM)

A síndrome pré-menstrual (SPM) é uma combinação de sintomas emocionais, comportamentais e físicos que ocorrem 1 a 2 semanas antes da menstruação e que melhoram após o início da mesma. Mais de 100 sintomas pré-menstruais foram descritos para a síndrome. Os sintomas mais comumente relatados incluem irritabilidade, depressão, ansiedade, sensação de perda de controle, aumento de apetite com desejo voraz por determinados alimentos, fadiga, dificuldade de concentração, seios doloridos e aumento de volume abdominal.

Aproximadamente 75% das mulheres experimentam sintomas leves a moderados durante alguns dias da fase pré-menstrual, sendo que até 10% podem sofrer de sintomas mais intensos. Esta forma mais severa de síndrome pré-menstrual foi denominada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) e é caracterizada por sintomas que podem estar presentes na síndrome pré-menstrual, como a depressão,  irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, distúrbios do sono e do apetite, retenção de líquidos e dor no seio, porém com maior intensidade e que resulta na piora do desempenho social e profissional além da piora da qualidade de vida. Da mesma forma que na síndrome pré-menstrual, os sintomas ocorrem durante duas semanas antes do ciclo menstrual e regridem com o início da menstruação.
Esta patologia é responsável por um número grande de separações e divórcios o que poderia ser evitado com o tratamento adequado.

As causas deste transtorno estão relacionadas com as alterações da transmissão de neurotransmissores, substâncias que permitem a comunicação entre as várias regiões do sistema nervoso. Dentre estes neurotransmissores a serotonina assume importância de destaque. Os agentes que inibem a recaptação da serotonina são eficazes para a melhora dos sintomas do TDPM.
Formas de tratamento e tratamentos disponíveis.

Os métodos mais comuns de tratamento são os contraceptivos orais, analgésicos, aconselhamento dietético, psicoterapia, vitaminas, sais minerais, antidepressivos e/ou ansiolíticos.
Os medicamentos antidepressicos mais eficazes: Flouxetina (prosac, daforim), sertralina (zoloft, dieloft,assert), escitalopram (lexapro, reconter) dentre outros.
Outros fármacos como bupropiona não estão como medicações com eficácia comprovada.

segunda-feira, julho 27, 2015

Continuação:

Esta mesma paciente voltou ao consultório trinta dias após o primeiro encontro, momento em que foi prescrito risperidona (antipsicótico atípico) 2mg à noite.
A mesma diz estar mais tranquila e que as vozes pararam de incomodar.
Passa a não apresentar ideação delirante espontânea e nem quando questionada sobre tal.

A medicação, segundo a paciente, mostrou o seu efeito após três semanas do início do seu uso.

sexta-feira, junho 26, 2015

Onde vamos chegar ¿


Trata-se de N.R.S, 43 anos de idade, casada, não tem filhos, nível de escolaridade: ensino fundamental, evangélica, mora com o marido.

Paciente informa que de quatro meses para cá passou a escutar vozes. Isto acontece porque nesta época falou mal dos vizinhos e acha que os mesmos escutaram. As vozes tem cunho persecutório. “Eles falam que estão me filmando e que é para eu ficar esperta”.
Informa que pelo medo de ficar perto dos vizinhos mudou de residência. Apesar do  marido falar que ela estava cismada e que não precisava de se preocupar, a paciente o convenceu a mudar.
As vozes não melhoraram  e agora não toma banho mais nua, não tem relações sexuais com o marido porque as pessoas apesar de estarem longe, certamente estão filmando  o seu dia a dia.

Informa que sempre foi uma criança mais introvertida e que há quatro anos, começou a notar que tinha algumas cismas de pessoas lhe seguindo, gerando medo de sair de casa.
Isto, no entanto não a impedia de sair de casa e nem trabalhar.

Não consigo caracterizar Transtorno depressivo atual e nem passado.
Sem sintomas de TOC e/ou  ansiedade  generalizada.
.
Foi ao posto de saúde, sendo atendida por médico (SIC) que não falava a sua língua. Queixou-se do supracitado.
O médico pediu alguns exames que constatou colesterol elevado.
Prescreveu sinvastatina 20 mg à noite e pediu para que ela procurasse um otorrinolaringologista para ver o problema das vozes.
Detalhes:

HF: Diz que mãe surtou, saiu de casa em 1993 e não deu mais notícia. Pai suicidou-se na mesma época se jogando em uma cisterna. Era alcoolista. Irmão pelo que informa, esquizofrênico.

quarta-feira, maio 29, 2013

Mudando de assunto


md-phd

 1- MD-PhD duplo grau de formação


2- Por que perseguir um MD-PhD?

3- Caminhos de carreira

4- Educação e Formação

5- Aplicando para Programas MD-PhD

6- Apoio Financeiro

7- Recursos MD-PhD

quarta-feira, abril 10, 2013

sexta-feira, outubro 12, 2012

O estigma da esquizofrenia na mídia: um levantamento de notícias publicadas em veículos brasileiros de grande circulação

São Paulo, 20 de Setembro de 2012 Contexto: O estigma que pesa sobre as doenças psiquiátricas é o mais forte impedimento para que o paciente busque tratamento, mais até que a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. A esquizofrenia também é a doença mais usada hoje como metáfora na mídia, aparecendo rotineiramente associada a crimes e violência. Objetivos: Avaliação da presença do estigma estrutural na mídia brasileira por meio do levantamento de notícias em imprensa e internet que utilizam o termo "esquizofrenia" e correlatos ("esquizofrênico/a") sob três aspectos: (a) uso médico e científico; (b) atribuição do diagnóstico de esquizofrenia a suspeitos de crimes com pouco ou nenhum rigor médico ou científico; (c) uso metafórico. Métodos: O estudo foi realizado em três etapas: levantamento de notícias, classificação dos itens encontrados e análise do contexto em que foram publicados. O levantamento foi realizado em dois períodos - 2008 e 2011 -, sendo o primeiro restrito ao jornal Folha de S. Paulo e o segundo ampliado para os portais dos principais veículos impressos brasileiros. Resultados: Foram encontrados 229 textos, distribuídos da seguinte forma: 89 (39%) registros em ciência e saúde, com tendência à impessoalidade; 62 (27%) registros em crime e violência, em que o "diagnóstico" de esquizofrenia é feito por leigos e "corroborado" por uma arqueologia da vida do suspeito que arrola toda sorte de comportamentos fora de padrão; 78 (34%) de uso metafórico, sempre de caráter depreciativo. Conclusões: A maioria dos textos encontrados (a) não dá voz ao portador de esquizofrenia e a seu sofrimento, (b) banaliza a doença psiquiátrica ao empregá-la fora de contexto para caracterizar decisões políticas e econômicas contraditórias ou de caráter duvidoso e (c) reforça o estigma que pesa sobre o portador de esquizofrenia ao personalizá-lo apenas nos raros casos de violência em que se supõe seu diagnóstico. Keywords: Estigma social; esquizofrenia; preconceito; meios de comunicação de massa; imprensa. O estigma da esquizofrenia na mídia: um levantamento de notícias publicadas em veículos brasileiros de grande circulação - Revista de Psiquiatria Clínica; [online]. 2012, vol.39, n.3, pp. 80-84 Caso deseje receber o trabalho na íntegra, por favor contacte nosso serviço de Informações Médicas pelo nosso site ou através do 0800 7030015. As resenhas são baseadas em artigos de periódicos nacionais e internacionais que contenham informações médicas com aplicabilidade prática. Copyright ® 2012: São Paulo Medical Conferences - Todos os direitos reservados sobre a resenha em português. "O conteúdo desta página é de responsabilidade da São Paulo Medic

segunda-feira, agosto 20, 2012

Dipsomania

Dipsomania é um impulso periódico à ingestão de grandes quantidades de bebidas alcoólicas. Alguns raríssimos casos de Dipsomania são dirigidoa ao consumo impulsivo de qualquer outra substância, inclusive gasolina, querosene, etc. Na Dispomania é característico o paroxismo incoercível com que se processa a ingestão de bebidas alcoólicas, ao mesmo tempo em que não se observam outras contingências associadas ao alcoolismo crônico comum. O verdadeiro dipsômano é uma pessoa normal, subitamente invadido por um estado de ânimo indefinível e penoso, o qual acaba sempre por arrasta-lo à ingestão copiosa de bebidas alcoólicas, mesmo contra seus desejos e propósitos. Pode beber um dia inteiro ou durante vários dias ou semanas, ininterruptamente. Em dado instante, quase sempre bruscamente e após um sono prolongado, a crise é superada e a pessoa volta à situação anterior de normalidade, normalmente com amnésia do ocorrido. Veja os quadros onde se inclui os IMPULSOS PATOLÓGICOS ou TRANSTORNOS DO CONTROLE DOS IMPULSOS 1. - Impulsos Agressivos-Destrutivos 2. - Frangofilia 3. - Piromania 4. - Dromomania 5. - Dipsomania 6. - Cleptomania 7. - Jogo Patológico 8 - Trcotilomania Atualmente ha uma tendência em incluir nos Transtornos do Controle dos Impulsos, também os Transtornos Alimentares e, mais didaticamente, quadros de TOC e de TOC-semelhantes, passando todo o grupo desses impulsos patológicos a se chamar Transtornos do Espectro Obessivo-Compulsivo.

terça-feira, julho 10, 2012

FIBROMIALGIA

A Doença A fibromialgia (FM) é uma doença de etiologia ainda desconhecida, caracterizada por dor crônica generalizada. Além disso, os pacientes com fibromialgia apresentam outros sintomas que incluem fadiga, alterações do sono, rigidez, ansiedade, depressão, alterações cognitivas, síndrome do intestino irritável e cefaleia, entre outros. Todos são causa de incapacidades e alterações na qualidade de vida. Os avanços científicos identificaram anomalias psicológicas e sociais na FM, mas não se determinou ainda a sua etiologia, apesar de ser um problema clínico e socialmente importante.1 Causas A fibromialgia é uma síndrome dolorosa na qual a dor: não se deve a uma lesão ou inflamação dos tecidos (dor inflamatória);2 não se deve a danos ou lesões no sistema nervoso (dor neuropática);2 está frequentemente acompanhada de outros sintomas (como fadiga, transtornos do sono, depressão e ansiedade);3 está presente nos quatro quadrantes corporais.4 Embora ainda não se tenham demonstrado claramente as causas da fibromialgia, os pesquisadores estão começando a desenvolver teorias para explicar a sintomatologia observada nessa condição. Um recente trabalho4 argumentou que a dor fibromiálgica pode ser atribuída a uma disfunção do processamento da dor no sistema nervoso central. Sintomas O Colégio Americano de Reumatologia (ACR, do original em inglês) estabeleceu em 1990 os critérios para o diagnóstico de Fibromialgia (FM)5,6 que são os seguintes: História de dor generalizada presente por ao menos três meses. Dor em 11 de 18 pontos sensíveis à palpação digital. A palpação digital deve ser realizada com uma força de aproximadamente 4 kg/cm.1,6 Para considerar um ponto sensível como positivo, o indivíduo deve referir que a palpação foi dolorosa e não apenas hipersensível. Além da dor crônica, apresenta-se com as seguintes características clínicas relevantes: Mal-estar generalizado e inquietude6 Fadiga6 Problemas cognitivos3 Transtornos do sono6 Rigidez matinal6 Sintomas emocionais depressivos e ansiosos, que podem chegar à depressão maior6 Alteração do funcionamento social e ocupacional7 Alguns pacientes apresentam também síndromes vesicais, parestesias ou outros sintomas. É muito freqüente vê-los em pacientes com ascendentes familiares e com antecedentes de transtornos afetivos, sugerindo a existência de fatores genéticos envolvidos na etologia da doença e que os transtornos do estado de humor poderiam compartilhar alguns fatores hereditários predeterminantes. Figura 1. Dezoito pontos sensíveis em pacientes com fibromialgia. (WOLFE F, SMYTHE HA, YUNUS MB, BENNETT RM et al. The American College of Rheumatology 1990 Criteria for the Classification of Fibromyalgia.) Diagnóstico O diagnóstico de fibromialgia se baseia nas queixas de dor generalizada por um período maior que 3 meses, associada à presença dos pontos dolorosos padronizados. Não existem exames específicos laboratoriais ou radiológicos que permitam diagnosticar a fibromialgia. Esses testes apenas ajudam quando definem outro diagnóstico e excluem a fibromialgia. Portanto, o mais importante para o diagnóstico é a história e o exame físico cuidadoso, sendo feito por um profissional médico capacitado após uma avaliação clínica. Referências Moldofsky H, et al. Musculoskeletal symptoms and non-REM sleep disturbance in patients with "fibrosite syndrome" and healthy subjects. Psychosom Med. 1975;37:341-351. Gracely RH, et al. Functional magnetic resonance imaging evidence of augmented pain processing in fibromyalgia. Arthrite Rheum. 2002; 46:1333-1343. Staud R, et al. Temporal summation of pain from mechanical stimulation of muscle tissue in normal controls and subjects with fibromyalgia syndrome. Pain. 2003; 102:87-95. [PMID: 12620600] Kosek E, et al. Modulatory influence on somatosensory perception from vibration and heterotopic noxious conditioning stimulation (HNCS) in fibromyalgia patients and healthy subjects. Pain. 1997;70:41-51. [PMID: 9106808] Wolfe F, et al. The prevalence and characteristics of fibromyalgia in the general population. Arthrite Rheum 1995;38:19-28. Woolf CJ. Pain: moving from symptom control toward mechanism- specific pharmacologic management. Ann Intern Med. 2004;140:441-451. Staud R, et al. Mechanisms of disease: pain in fibromyalgia syndrome. Nature Clinical Practice. 2006(2);2:90-98.

Depressão. Referências Bibliográficas.

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Como os idosos vivenciam a depressão?

A depressão não é uma parte normal do envelhecimento. Estudos mostram que a maioria dos idosos se sente satisfeita com suas vidas, apesar de terem mais doenças e problemas físicos. Contudo, quando idosos têm depressão, ela pode passar despercebida, porque estes podem apresentar sintomas diferentes, menos óbvios. Eles podem ter uma menor tendência a vivenciar ou admitir sentimentos de tristeza ou luto.16 Algumas vezes pode ser difícil distinguir luto de depressão maior. O luto após a perda de um ente querido é uma reação normal à perda e geralmente não requer um tratamento por parte de um profissional de saúde mental. Entretanto, um luto complicado e que dura por muito tempo após a perda, pode precisar tratamento. Os pesquisadores continuam pesquisando as relações entre o luto complicado e a depressão maior.17 Os idosos também podem ter mais condições médicas como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral ou câncer, que podem causar sintomas depressivos. Ou eles podem estar em uso de medicações cujos efeitos colaterais contribuem para a depressão. Alguns idosos podem apresentar o que os médicos chamam de depressão vascular, também chamada de depressão arteriosclerótica ou depressão isquêmica subcortical. A depressão vascular pode ser resultado de quando os vasos sanguíneos se tornam menos flexíveis e rígidos com o tempo, tornando-se constritos. Essa rigidez dos vasos impede que o sangue flua normalmente pelos órgãos do corpo, incluindo o cérebro. Os pacientes com a depressão vascular podem ou estão em risco para a coexistência de doença cardíaca ou derrame.18 Apesar de muitas pessoa acharem que os níveis mais altos de suicídio estão entre os jovens, homens idosos com idade superior aos 85 anos possuem na verdade os maiores índices de suicídio dos Estados Unidos. Muitos possuem uma depressão que seus médicos não perceberam, mesmo sabendo que muitos destes pacientes visitaram um médico no período de um mês antes do suicídio.19

Como os homens vivenciam a depressão?

Os homens frequentemente vivenciam a depressão de modo diferente das mulheres. Enquanto as mulheres deprimidas são mais propensas a sentimentos de tristeza, menos valia e culpa excessiva, os homens são mais propensos a referir muito cansaço, irritação, perda de interesse em atividades que antes achavam prazerosas e dificuldades para dormir.13,14 Os homens também têm uma maior tendência em relação às mulheres a voltar-se para o álcool e outras drogas quando estão deprimidos. Eles também podem tornar-se frustrados, desencorajados, irritados, bravos e muitas vezes abusivos. Alguns homens se jogam no trabalho para evitar conversar sobre sua depressão com a família e amigos ou se comportam de forma imprudente. E apesar de mais mulheres tentarem o suicídio, muito mais homens morrem por suicídio nos Estados Unidos.15

Como as mulheres vivenciam a depressão?

A depressão é mais comum em mulheres do que em homens. Fatores biológicos, do ciclo de vida, hormonais e psicossociais vivenciados pelas mulheres podem estar ligados às maiores taxas de depressão entre as mulheres. Os pesquisadores têm demonstrado que os hormônios afetam diretamente a química cerebral que controla as emoções e o humor. Por exemplo, as mulheres estão especialmente vulneráveis a desenvolver depressão pós-parto após dar à luz, quando mudanças físicas e hormonais e a responsabilidade de cuidar de um recém nascido podem ser muito angustiantes. Algumas mulheres podem também apresentar uma forma grave de síndrome pré-menstrual, chamado de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). O TDPM é associado às mudanças hormonais que ocorrem no período da ovulação e quando a menstruação começa. Durante a transição para a menopausa, algumas mulheres sofrem um aumento no risco para depressão. Somado a isso, a osteoporose – perda óssea – pode ser associada à depressão.11 Os cientistas estão explorando todas estas possíveis conexões e como os picos e quedas cíclicas do estrógeno e outros hormônios podem afetar a química cerebral da mulher.12 Finalmente, muitas mulheres sofrem a sobrecarga de trabalhar for a e dentro de casa, ter de cuidar de crianças e pais idosos, abuso, pobreza e imposições sociais nos relacionamentos. Entretanto, ainda não está claro porque algumas mulheres sofrem tantos desafios e entram em depressão enquanto outras, diante das mesmas circunstâncias, não são afetadas.