Trata-se de N.R.S, 43 anos de idade, casada, não tem filhos,
nível de escolaridade: ensino fundamental, evangélica, mora com o marido.
Paciente informa que de quatro meses para cá passou a
escutar vozes. Isto acontece porque nesta época falou mal dos vizinhos e acha
que os mesmos escutaram. As vozes tem cunho persecutório. “Eles falam que estão
me filmando e que é para eu ficar esperta”.
Informa que pelo medo de ficar perto dos vizinhos mudou de
residência. Apesar do marido falar que
ela estava cismada e que não precisava de se preocupar, a paciente o convenceu
a mudar.
As vozes não melhoraram
e agora não toma banho mais nua, não tem relações sexuais com o marido
porque as pessoas apesar de estarem longe, certamente estão filmando o seu dia a dia.
Informa que sempre foi uma criança mais introvertida e que
há quatro anos, começou a notar que tinha algumas cismas de pessoas lhe
seguindo, gerando medo de sair de casa.
Isto, no entanto não a impedia de sair de casa e nem
trabalhar.
Não consigo caracterizar Transtorno depressivo atual e nem
passado.
Sem sintomas de TOC e/ou
ansiedade generalizada.
.
Foi ao posto de saúde, sendo atendida por médico (SIC) que
não falava a sua língua. Queixou-se do supracitado.
O médico pediu alguns exames que constatou colesterol
elevado.
Prescreveu sinvastatina 20 mg à noite e pediu para que ela
procurasse um otorrinolaringologista para ver o problema das vozes.
Detalhes:
HF: Diz que mãe surtou, saiu de casa em 1993 e não deu mais
notícia. Pai suicidou-se na mesma época se jogando em uma cisterna. Era
alcoolista. Irmão pelo que informa, esquizofrênico.
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