quarta-feira, novembro 03, 2010

Estudo relaciona depressão e culpa.

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Cientistas chegam mais perto de entender porque algumas pessoas são mais predispostas à depressão do que outras










Os caminhos que o cérebro percorre para relacionar o comportamento social com sentimentos morais, como orgulho ou culpa, foi tema de um estudo desenvolvido na Universidade de Manchester pela equipe do neurocientista clínico Dr. Roland Zahn. Pela primeira vez, os pesquisadores mapearam as regiões do cérebro que interagem para produzir emoções com base moral acerca de uma conduta.


O estudo foi conduzido no National Institutes of Neurological Disorders and Stroke (NINDS), nos Estados Unidos, pelo chefe da Cognitive Neuroscience Section, Dr. Jordan Grafman, e, no Brasil, pelo médico Dr. Jorge Moll, que atua no centro de neurociências Labs-D'Or, no Rio de Janeiro. O interesse do Dr. Zahn está particularmente voltado para a atividade cerebral relacionada ao sentimento de culpa, objeto de relevância em seu atual trabalho em depressão. "O aspecto mais característico dos transtornos depressivos é uma atitude negativa exagerada para consigo, tipicamente acompanhada de sentimento de culpa", declarou o pesquisador.


O estudo usou a ressonância magnética funcional para escanear o cérebro de 29 indivíduos saudáveis enquanto faziam considerações acerca de condutas sociais distintas. "No dia-a-dia, freqüentemente avaliamos o comportamento social e isso afeta amplamente como nos sentimos acerca de nós e das outras pessoas", dizem os autores do estudo. A maneira como armazenamos e usamos informações sobre nosso comportamento e o de outras pessoas, no entanto, permanecia ainda desconhecida. De acordo com os cientistas, esse estudo usa a ressonância para identificar os circuitos no cérebro que dão suporte à habilidade humana de diferenciar comportamentos sociais que correspondem aos nossos valores daqueles que não correspondem.


O grupo observou que o comportamento social que não está de acordo com os valores de uma pessoa desperta sentimentos de raiva, quando protagonizado por um outro indivíduo, e sentimentos de culpa, quando o comportamento parte da própria pessoa.


Os exames com voluntários foram analisados para detectar quais partes do cérebro seriam ativadas por diferentes tipos de sentimentos que estavam sendo expressados.


Estudos anteriores identificaram que a região cerebral associada com a predisposição à culpa mostra atividade anormal nos pacientes com depressão severa, mas até o momento permanecia desconhecido o envolvimento com a culpa. Agora que conseguiram compreender como o cérebro de indivíduos normais responde a sentimentos de culpa, os cientistas esperam estar aptos a entender melhor porque e onde existem diferenças na atividade cerebral em pessoas com depressão ou propensas a desenvolvê-la. O estudo clínico em andamento na Universidade de Manchester deverá durar quatro anos.





Fonte


Universidade de Manchester (www.manchester.ac.uk)


Mais detalhes estão disponíveis no site Architecture of Social Knowledge Project (http://www.psych-sci.manchester.ac.uk/research/projectdetails/index.aspx?ID=1392)

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