Futuro da assistência psiquiátrica
O desaparecimento dos valores admitidos na clínica psiquiátrica tradicional, quer dizer, do autoritarismo do chefe de clínica, da composição verticalizada do mundo na equipe psiquiátrica, do hiato entre doentes e médicos, da imagem patriarcal ou despótica do médico para os internados, são acontecimentos importantes e muito úteis para a evolução dos estabelecimentos psiquiátricos. Mas o essencial é a convicção de que a clínica psiquiátrica atual, no seu conjunto, não pode continuar, e dentro dela é prioridade a supressão da ancestral e anacrônica assistência médica.
Se, por um lado, se consegue a erradicação definitiva dos manicômios, criando centro de assistência psiquiátrica ambulatórial e clínica psiquiátricas no seio do hospital geral, se continuar recebendo doentes que uma vez decorrido o período agudo da sua perturbação não podem ser reinseridos integralmente no ambiente habitual e se são tratados em centros adequados que nada tenham a ver com ambientes hospitalares, chegará um momento em que assistência psiquiátrica terá finalidades muito concretas e os seus objetivos dificilmente poderão ser tema de contestação.
O estado de coisas que deu origem à formação do movimento antipsiquiátrico deve desaparecer.
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