MUITOS ERROS,
MUITA DESINFORMAÇÃO
Não é nada raro que um paciente com alucinações seja internado em manicômio e tratado como louco, quando, na verdade, está manifestando um sintoma de privação do álcool ou de outra droga psicoativa. Também é muito comum que um paciente bêbado, ao dar entrada num pronto-socorro, receba de imediato uma injeção de glicose, para “sarar” um pouco, quando a glicose, em certas circunstâncias, pode matá-lo.
Eventos como esses são resultados da generalizada desinformação da nossa sociedade, a classe médica incluída, sobre a doença do alcoolismo e da drogadição em geral, que atinge de 12 a 15% da população. Um quadro que se agrava não só pela ignorância científica, mas também pelo preconceito moral que o envolve.
Pretende-se ter um antídoto aos obstáculos que dificultam o entendimento da doença e a concretização de posturas terapêuticas e sanitárias capazes de evitar, tanto quanto possível, os seus efeitos maléficos. Acredita-se que dar um passo nessa direção ao divulgar a um público amplo as bases clínicas da dependência química e mostrar por que ela se instala, em quem se instala, como se instala e evolui, quais os principais problemas orgânicos que acarreta e como enfrentá-los é dar um grande passo para a reabilitação dos doentes. A larga disseminação desses conhecimentos deve inclusive favorecer a utilização de um dos principais instrumentos no combate à doença: o diagnóstico precoce. Quanto mais pessoas a conhecerem, mais cedo o dependente será reconhecido e tratado.
Alcoolismo e drogadição são doenças e não um emaranhado de defeitos de caráter e falta de vergonha na cara.
Adaptado da contra capa do livro O revólver que sempre dispara, de Emanuel Ferraz Vespucci e Ricardo Vespucci. Médico e Jornalistas respectivamente.
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